Necessidades X Oportunidades

Sou usuária do serviço de metrô do Rio de Janeiro.

Sou uma cliente fiel. Uso os serviços diariamente para me deslocar pela cidade.

Deu para me ver, lá no último vagão?
Deu para me ver, lá no último vagão?

O metrô tem uma qualidade de serviço boa comparada aos serviços de ônibus do Rio.

Quando entramos nas estações vemos a limpeza e atendimento sempre acima da média.

Como comunicadora, sou observadora e analiso todos os dias a qualidade do trabalho de comunicação realizado pelo mêtro.

Acho o trabalho bem realizado, informativo mas sem eficácia.

Por essa razão eu começei a pensar.

Pensa você também!
Pensa você também!

Como nós comunicadores avaliamos a eficácia de nosso trabalho?

Me perguntava isso todos os dias porque por mais explícitas que estivessem as informações eu não estava vendo ações.

Entendeu? Não? Eu explico.;)

Todos os dias ao entrarmos nos vagões escutamos a seguinte mensagem:

– Seja solidário, ceda o lugar para portadores de deficência, idosos e gestantes! (mais ou menos isso tá!)

Lemos junto aos bancos:

– Esses bancos são destinados a idosos, gestantes, portadores de deficiência e pessoas com crianças de colo.

Somos bombardeados de informação mas ainda assim vejo idosos, barrigões de vários meses (se você já carregou alguém por nove meses, sabe o quanto sentar é importante no processo) e deficientes em pé; enquanto pessoas sem nenhuma dessas condições se sentam com o fone no ouvido, lêem um livro ou simplesmente fingem não ver nada.

Precisa dizer alguma coisa?
Precisa dizer alguma coisa?

Você lembra de todas as bombas de informação que eu disse que o usuário do mêtro recebe desde que entra na estação? Você não acha que idosos, gestantes e portadores de deficiência deveriam estar sentados?

Podemos dizer que o problema é educação!

Sim, esse é um dos problemas. Mas acredito que temos que mudar a forma como nos comunicamos com as pessoas.

Hoje somos tão massacrados de informação que tudo passa a ser comum. Não conseguimos mais perceber a importância da mensagem e portanto continuamos com a mesma atitude. Não pensamos.

Devemos ter uma comunicação que nos cutuque. Nos mostre qual o resultado de nossas ações. Sem dramas, sem culpas.

Na simples equação: Para cada ação existe um resultado.

Porque não mostramos qual o futuro de um jovem sem gentileza?

Porque não mostramos as pessoas de quanto esforço um idoso já fez na vida?

Porque não mostramos porque uma grávida precisa de cuidado?

Sim, tudo isso é básico. Deveria ser sabido mas se não é percebido deve ser lembrado.

Lembrado de uma maneira que gere ação.

Que desperte ao outro a consciência perdida.

Que tal darmos espaço para atores que em mini atuações encenem com humor situações de gentileza?

Podemos fazer tanto e fazemos sempre o lugar comum.

Devemos inventar novas mídias para essa geração com tantos acessos e informação.

Temos muita informação e pouca base e conteúdo.

Está na hora de percebermos que podemos fazer muito mais. Basta pensar fora do quadrado.

Me fala o que você acha? ;0

4 comentários

  1. Marcinha Tavares disse:

    Isso me lembra muito as campanhas de cigarro estampadas no verso das caixas, os carros destruidos em acidentes que são expostos nas vias. Comunicação levada ao limite da realidade para tentar penetar as mentes viciadas.

    Na verdade, existe um processo que faz com que a nossa mente deixe de reagir de forma diferente ao mesmo tipo de estímulo repetido. Note a aparente frieza de advogados, médicos, bombeiros, policiais. A mente desses profissionais é submetida repetidas vezes ao mesmo tipo de estímulo, seja violência, dor, sofrimento, morte, mentira, enfim… com o passar do tempo a mente se adapta e assume aquilo como padrão, ou seja, deixa de se manifestar. É neste momento que elas abandonam ou deixam de praticar seus valores.

    Torna-se uma coisa comum para muitos ver um idoso ou uma gestante de pé no metrô pq estamos nos habituando ao comportamento de guerra, onde sobrevive quem puder. Acho que principalmente no Rio de Janeiro está rolando uma certa teoria do caos, onde imperam a falta de respeito, a violência, a recompensa ao mais esperto que fundamenta suas ações em levar vantagem independentemente de quem vai prejudicar com elas. As pessoas se conformam com o estado violento e incorporam isso a sua rotina, em vez de se rebelar contra ela. Da mesma forma, acostumam-se à falta de civilidade, gentileza e educação.

    O bom é que ainda para cada “salve-se quem puder”, existe um “gentileza gera gentileza”, não é? Ou não estaríamos aqui nos manifestando.
    Bjks

    1. alessandraq disse:

      Então, Marcinha, acho que a gente devia usar melhor esse gentileza gera gentileza.
      Devíamos ser meio incansáveis não no terror de estampar imagens aterrorizadoras mas em conscientizar do poderia ser você.
      Acho que deveríamos falar para os fumantes o que ele deixaria de viver, o que perderia por fumar, como o sorriso dos filhos, um mergulho na praia….ao invés de sensibilizar pela dor, sensibilizar pela vida.
      O mesmo com as pessoas no metro sabe, dizer, e ai pessoa, imagina quando você for velhinho não daria orgulho ver um jovem ceder o lugar para vc…
      Quero me aprofundar em como o positivo pode afetar e gerar a ação.
      Bjs,

      Ale

  2. Oi Alê!

    Parabéns pelo Blog. Li todos os posts e já virei fã. Você coloca muito bem suas opiniões e de uma maneira deliciosa de se ler. Beijos.

    1. alessandraq disse:

      Muito obrigada. Volte sempre!
      Que eu possa sempre corresponder ao seu comentário.
      Beijocas,

      Ale.

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