Gentileza comigo mesma

Domingo, verão, dia de calor intenso. Fui a praia. Minha caminhada cotidiana que me leva ao meu programa preferido.

Antes de sair de casa, me arrumo, arrumo minha bolsa ( minha bolsa de praia esta preparada para um dia de cuidado na praia, nada demais para você mas fundamental para mim), havaianas no pé, abro o aplicativo de música, escolho as minhas músicas preferidas e começo minha caminhada para praia.

Para cada música, uma cena, uma paisagem mas a personagem da cena, alias de todas as cenas, que se sucedem nesses últimos anos é uma só. Eu mesma.

Não sou mais a mesma mas tenho familiaridade com cada passo, com cada mudança e com cada característica minha. Confesso, que não fui gentil a cada mudança que sofri. Tenho descoberto que me culpo por não ter me mantido igual externamente ao que já fui em outros tempos. Não tenho tido um olhar generoso comigo. E apesar de afirmar que busco relativizar e me proporcionar outros olhares. Dentro de mim, continua morando a minha maior crítica.

Vejo que não sou somente eu que coloca desafios de retorno a fotografia da minha antiga versão. Como se todo o meu esforço e dedicação fosse possível fazer o tempo voltar. Vejo que não fomos ensinados a nos ver dentro da nossa realidade com acolhimento e gentileza.

Fomos treinados a não ver beleza nos detalhes e especialmente a beleza de maneira diversa e com foco na beleza que reflete a felicidade interna.

Podemos muitas vezes, em alguns momentos, perceber a beleza de quem resolve se dedicar a si mesmo e aos seus sonhos. Ou podemos admirar a beleza de quem ousa e busca apostar na coragem de perseguir o que ama para não levar uma vida sem sonho e realização. Mas não entendemos que essa é a beleza verdadeira, a beleza que acende nosso fogo verdadeiro. Aquele que atrai a todos e nos mostra ao mundo.

Não sou mais magra, meu cabelo não é mais preto como era antes, meu peso alterou meu corpo, a dureza dos meus músculos não é mais a mesma por mais que eu me exercite, meu fôlego e disposição mudaram mas eu sei que internamente quando encontro algo que amo, tenho dez anos e me sinto como uma criança pronta a aprender, abraçar e principalmente a me amar.

Por isso, ao conversar com amigas e amigos, estimulo que pratiquemos um olhar com mais gentileza para o nosso sorriso aberto, para a nossa gargalhada escandalosa, para o nosso humor refinado e esqueçamos por um momento que a nossa cintura não é mais a mesma mas que o que importa é que vivemos, ganhamos experiência e podemos compartilhar com aqueles que são o nosso oposto mas querem trocar para tornar a vida mais rica e viva.

Para cada gordurinha a mais eu digo que a encararei com o foco na saúde mas que sei que tenho um sorriso, coração e a alma mais forte, preparada e feliz do que antes. Que minha gentileza e amor comigo, irão me ajudar a ter força para entender que perco um pouco da beleza da juventude mas ganho mas brilho de dentro que ilumina as estradas que virão pela frente. E nesse momento minha crítica interna fica pequena que praticamente desaparece.

Por isso amigos, encarem a si mesmos com gentileza e amor. Vejam a sua beleza. Não se oprimam pelos modelos de beleza inatingíveis e divulguem ao mundo a beleza que do sorriso que habita a sua alma e rosto.

O corpo que caminha para a praia ficará leve, se iluminará pelo sol de verão e se deixará levar pela sua trilha sonora te levando a lugares que você não esperava!

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