Beleza Americana

Ontem, no final do dia, após intenso trabalho doméstico, fui curtir um filme na TV.
Impressionante o fato: Quando temos tempo; não existem filmes atrativos. Quando não temos tempo, todos os bons filmes passam.
Mas ontem com uma intervenção divina, deve ter sido uma recompensa pela pilha de roupa passada, Beleza Americana, de Sam Mendes estava na TV.
Filme perfeito, em momento perfeito, eu sola sem nada a fazer na frente da tela.

Olhe mais de perto e veja!
Olhe mais de perto e veja!

Revi o filme que tanto adorei. E novamente me encantei com a história que reflete não somente a sociedade americana mas um pouco de todos nós.

Para mim o mais claro é como nos obrigamos a fazer teatro todo o tempo.
Fingimos que não vemos e como conseqüência nos tornamos presas de uma situação tão desgastada que nada nos proporciona.

No filme, me identifico com o marido reprimido, cansado e por fim rebelde.
Me identifico com a mulher repressora que mantém tudo em ordem e impecável, menos ela mesma.
Me identifico com os adolescentes perdidos em busca de algum sentido.
E descubro no filme o que descobri a algum tempo que só existe sentido em viver a VIDA e aceitar o AMOR.

espero que o amor me encontre...tenho deixado pistas!
espero que o amor me encontre...tenho deixado pistas!

Passamos tanto tempo buscando o amor mas jogamos tudo fora quando deixamos de viver todos os dias.
A realidade nos endurece mas nos mostra que só temos o presente.

Na cena final, pouco antes da sua morte, quando Kevin Space olha e suspira diante do porta retrato, fica claro que o valor daquele momento valia muito mais do que tudo que fora construído depois.

Pensei muito em como buscamos respostas e soluções que nos protejam do pior mas não vivemos para aprender a sobreviver ao pior.

Esquecemos de nós mesmos e de todo o resto por essa máquina esmagadora de ser um sucesso permanente e bem sucedido.

Eu não sei o que é sucesso mais. Estou buscando uma nova definição para a palavra.

E estou aprendendo tudo novamente. Quero viver para não ter a sensação de deixar de viver.

Para não ser uma pessoa que por medo de ter que aprender a andar novamente. Deixa de viver e amar.

Para estarmos abertos temos que nos reprogramar mentalmente.

Temos que deixar ter as visões pré-concebidas para tentar compreender o que temos por detrás de todas as situações de vida.

Temos que voltar a ser a criança curiosa que carregamos dentro de nós mesmos.

Todas as crianças são curiosas, divertidas, livres e por isso temos que aprender novamente com eles como viver.

Fico sempre triste com o final do filme. Uma pena que o único personagem livre e consciente morre.

Lamento que toda a irreverência e rebeldia sejam mal interpretadas e sua morte seja causada pela estupidez.

Estupidez de acreditar que se formos nós mesmos seremos condenados ao insucesso e a perdição.

Eu prefiro continuar acreditando na música dos secos e molhados:
Dizem que sou louco, mas louco é quem me diz que não é feliz, não é feliz!

🙂

Varinha de Condão!

Desde pequena amo ouvir histórias.
Gosto tanto que sou viciada em ler, inventar e contar histórias.
Um dos meus passatempos preferido é contar histórias inventadas para a minha filha.
E adoro sonhar com ela quando lemos uma boa história.

tudo é possível no mundo dos sonhos
tudo é possível no mundo dos sonhos

Pois bem, nós meninas, desde que nos entendemos por gente, somos afogadas em milhares de histórias sobre princesas, príncipes, fadas madrinhas e finais felizes que duram para sempre.

Mas na realidade nada é assim!

Pessoalmente acho uma injustiça com as meninas continuarmos contando essas histórias.
Quando minha pequena nasceu eu logo a apresentei ao Shrek.
Desde que ele apareceu em minha vida eu me libertei.
Adorei a história pois ela mostra a realidade de forma engraçada e nos liberta da figuras da princesa e do príncipe.
Deve ser muito chato ser um deles!

Prefiro ser uma moleca princesa!
Prefiro ser uma moleca princesa!

Mas mesmo com esse enorme avanço, nós mulheres, se é que posso dizer assim, continuamos acreditando em conto de fadas e principalmente na varinha de condão das nossas fadas madrinhas!

Acreditamos que quando conhecemos um cabloco que nos agrada somos acometidas pela crença absoluta de que tudo pode acontecer e ser concertado!

Que nós, mulheres, teremos o poder de muda-los, concerta-los, aprimorá-los de torna-los a imagem do nosso sonho.

Cara amiga, nós, não podemos nada.

Ele não deixará de ser o que sempre foi. E, caso mude, será por conta própria, provavelmente no momento em que você nem ligue mais para aquela mudança.

Por isso dá próxima vez que um cabloco te interessar leve em conta os seguintes pontos:

– Ele me faz rir?
– No momento de crise, ele transfere os problemas pessoais dele e diz que são meus?
– Ele te leva para passear?
– Ele te escuta?
– Ele gosta de você como você realmente é?

Pequenas e complexas perguntas mas que observadas operam milagres.

Vamos deixar de esperar que eles mudem e vamos aceitar o que compramos.
Não adianta comprar um CCE e pedir que ele seja um Sony, se é que você me entende?

Nessa hora temos que ser mais egoístas e nos colocarmos em primeiro lugar.
Nos amarmos e nos agradarmos.
Se o cabloco gosta de você ela te acompanha e como conseqüência os dois se acompanham.

Um dia a gente se esbarra por ai!
Um dia a gente se esbarra por ai!

Não se reprima e seja você mesma.
Nos contos de fada originais as princesas passavam por um processo de transformação pessoal em cada história.
Você sabia que a Branca de neve aprendeu a ser independente, cuidar da casa e discernir o bem e o mal antes de encontrar o seu príncipe?
Pois é, ninguém me falou isso, o que me disseram é que o príncipe a salvava do sono eterno.
Ele realmente a salva do sono eterno mas antes ela amadureceu.
Virou uma mulher, se transformou.
Estava pronta para a chegada do príncipe.

Por isso amiga, viva sempre e não tenha meias palavras.
Seja você sempre porque esse é o seu maior valor!
Com a sua luz acesa o seu príncipe Shrek te encontra. 😉